Coronavírus: inércia política aumenta número de mortes, indica estudo

Pesquisadores da UFS em parceria com outras universidades federais brasileiras (UFPR, no Paraná  e UFPE, de Pernambuco), constataram através de intervenções não farmacológicas que a velocidade de ação das autoridades é fundamental no combate ao novo coronavírus.

Autores: Gerson Duarte-Filho e Francisco Almeida (UFS), Antônio Macêdo e Raydonal Ospina (UFPE), Inês Souza (3Hippos Consultoria de Dados) e, no caso alemão, Christian Holm, da Universidade de Stuttgart e Giovani Vasconcelos, do Departamento de Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Intervenções drásticas (como a imposição de isolamento rigoroso) até 25 dias depois da primeira morte confirmada foram capazes de impedir até 80% de novas mortes em um país. Se a decisão demora 35 dias, a eficiência cai para 50%. Já com intervenções brandas (como o isolamento apenas de casos suspeitos) até 35 dias, a probabilidade de prevenir novas mortes é de apenas 10%. Em outras palavras, quanto mais um governo demora para agir, maior é o número de óbitos.

A pedido da BBC News Brasil, os autores aplicaram o modelo matemático para analisar casos na Ásia, na Europa e nas Américas — entre eles, China (primeiro epicentro de covid-19), Coreia do Sul, Japão, Alemanha, Reino Unido, Suécia, Suíça, Brasil e Estados Unidos (atual epicentro).

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Segundo dados de 4 de maio da Universidade Johns Hopkins, os dez países com mais mortes são Estados Unidos (68,2 mil), Itália (28,8 mil), Reino Unido (28,4 mil), Espanha (25,2 mil), França (24,8 mil), Bélgica (7,8 mil), Brasil (7 mil), Alemanha (6,8 mil), Irã (6,2 mil) e Holanda (5 mil). Os cientistas foram observando como o número de mortes é diferente antes e depois de intervenções feitas pelos governos.

Intervenções não farmacológicas são as diretrizes possíveis sem vacina e sem medicamento cientificamente comprovado para o tratamento da covid-19.

Incluem realização de testes massivos, medidas de mitigação (mais brandas, pensadas para achatar a curva de contágio, como isolamento social, fechamento temporário de escolas e centros de comércio, \”contact tracing\”, processo de identificação de quem pode ter tido contato com indivíduos infectados como fez a Coreia do Sul, e \”cluster approach\”, que tenta rastrear focos de infecção como foi feito no Japão) e medidas de supressão (mais rigorosas, pensadas para frear drasticamente o contágio, como \”lockdown\”, confinamento obrigatório e paralisação radical de atividades).

O atraso nas ações pode se dar tanto por falta de informações precisas sobre o novo coronavírus quanto por impasses políticos na tomada de decisões e escolha de estratégias para conter a pandemia.

 

Acessa a notícia completa:https://www.bbc.com/portuguese/amp/brasil-52467167

matéria publicada por 

 

ASCi.

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